A partir de hoje, a cidade passa a ter novamente um de
seus palcos históricos: o Teatro Paiol Cultural, fechado há pelo menos cinco
anos e onde já se apresentaram alguns dos mais respeitados artistas dos anos
1970 e 1980.
Reformado,
o espaço reabre no mesmo endereço - Rua Amaral Gurgel, 164, na Bela Vista - com
a comédia Um assalto em família, com direção de Bruno Chagas e Andressa
Domingues, Bruno Chagas, Caio Badner, Emerson Albernás, Jan Modesto e Rosana
Vicente no elenco.
A
sala foi erguida pelo casal de atores Perry Salles e Miriam Mehler e
inaugurada em 24 de novembro de 1969.
Para
se ter ideia do glamour da plateia de então, em setembro de 1971, a peça Abelardo e
Heloísa, um dos maiores sucessos do ano, era apresentada para os cônsules
dos EUA e da Áustria.
Projetado
pelo arquiteto Rodrigo Lefèvre, o teatro contou com a ajuda de muitos amigos
artistas e admiradores que auxiliaram na abertura da casa, palco de nomes como
Paulo Goulart e Nicette Bruno, o segundo casal de atores a cuidar da gestão do
Paiol.
Decadência
Mas
nem a sofisticação dos espetáculos ou o sucesso de público salvaram o Paiol da
decadência vivida durante os anos 90, quando foi transformado em palco para
produções de cinema pornô, até o fechamento, em 2007.
Mobilizado
pela ameaça do que poderia acontecer com o histórico Teatro Paiol, o ator
Marcelo Mendes decidiu arrendar o espaço e fazer uma reformulação nos moldes de
um teatro ‘eco sustentável’. O projeto para reforma aconteceu com a proposta de
utilizar recursos naturais na restauração para prevenir o impacto ambiental,
tática utilizada em diferentes aspectos estruturais.
Cuidando
pessoalmente dos trabalhos, Mendes e amigos lixaram as poltronas, que foram
forradas com couro ecológico e mantiveram as famosas paredes laterais do teatro,
estruturadas com buracos nos tijolos para melhorar a acústica, e as pintaram de
preto. Os banheiros foram projetados com sistema de reaproveitamento da água
utilizada e o palco, reconstituído com madeira de sobra de eventos. Toda a
pintura do espaço foi realizada com tintas recicladas.
Fonte: Jornal DCI