Carla tem três anos
de idade. Acaba de chegar em casa seu irmãozinho, cujo nascimento está
sendo muito festejado pela família. Os
adultos conversam na sala enquanto a garotinha e o bebê estão no quarto. A mãe,
atraída pelo silêncio dos filhos, vai vê-los e encontra o pequenino totalmente
coberto por duas mantas de lã. Ela se assusta: `O que você fez Carla? Quer
esconder seu irmão? Está proibida de fazer isso novamente, entendeu?!´
Essa reação da mãe,
aflita com o que imaginou ao ver a cena,
nos parece interessante.
Sem criticar a
filha por ter o desejo de `sumir com o nenê´, o que apenas a faria se sentir
culpada, coibiu fortemente sua ação.
É inevitável que
surjam tendencias hostis entre os irmãos em diferentes momentos da vida, e ter
conhecimento delas torna a criança mais apta a exercer controle sobre sua
impulsividade. É sempre mais fácil lutar contra algo conhecido do que contra o
que se desconhece.
Essa história serve
para pensarmos em inúmeras situações em que os adultos julgam e criticam as
crianças por seus desejos e sentimentos, mas descuidam do exercício da
interdição: marcar com seriedade os limites que jamais devem ser ultrapassados,
ou seja, os desejos que não podem ser realizados. Elas necessitam desta
colocação firme para ter maior segurança emocional e física, pois ambas
caminham juntas.
A melhor proteção é
a que está instalada internamente, na consciência de cada um, e que se
desenvolve desde cedo.
Helena Mange
Grinover - Psicologia Clínica; professora na UNIP e do Departamento de
Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae; Membro do Conselho do Instituto Zero a
Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/
Marcia Arantes
– Psicóloga; professora de Orientação Profissional - Faculdades Paulistanas;
Trabalho de Promoção do Desenvolvimento Pessoal para Professores e Alunos do
Instituto Europeo Di Design; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis.
http://www.institutozeroaseis.com.br
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