sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ciúmes

Carla tem três anos de idade. Acaba de chegar em casa seu irmãozinho, cujo nascimento está sendo  muito festejado pela família. Os adultos conversam na sala enquanto a garotinha e o bebê estão no quarto. A mãe, atraída pelo silêncio dos filhos, vai vê-los e encontra o pequenino totalmente coberto por duas mantas de lã. Ela se assusta: `O que você fez Carla? Quer esconder seu irmão? Está proibida de fazer isso novamente, entendeu?!´

Essa reação da mãe, aflita com  o que imaginou ao ver a cena, nos parece interessante.

Sem criticar a filha por ter o desejo de `sumir com o nenê´, o que apenas a faria se sentir culpada, coibiu fortemente sua ação.

É inevitável que surjam tendencias hostis entre os irmãos em diferentes momentos da vida, e ter conhecimento delas torna a criança mais apta a exercer controle sobre sua impulsividade. É sempre mais fácil lutar contra algo conhecido do que contra o que se desconhece.

Essa história serve para pensarmos em inúmeras situações em que os adultos julgam e criticam as crianças por seus desejos e sentimentos, mas descuidam do exercício da interdição: marcar com seriedade os limites que jamais devem ser ultrapassados, ou seja, os desejos que não podem ser realizados. Elas necessitam desta colocação firme para ter maior segurança emocional e física, pois ambas caminham juntas.

A melhor proteção é a que está instalada internamente, na consciência de cada um, e que se desenvolve desde cedo.

Helena Mange Grinover - Psicologia Clínica; professora na UNIP e do Departamento de Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/


Marcia Arantes – Psicóloga; professora de Orientação Profissional - Faculdades Paulistanas; Trabalho de Promoção do Desenvolvimento Pessoal para Professores e Alunos do Instituto Europeo Di Design; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br

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