O debate em torno da diminuição da maioridade penal como
forma de combater a criminalidade entre os jovens, joga uma cortina de fumaça
neste grave problema social.
Há um risco de completo insucesso no combate à violência,
caso continuemos a focar sob esse prisma, como propõem as bandeiras
ideologizantes de alguns políticos e que tomaram conta dos pensamentos nas
ultimas semanas.
Mergulhadas na questão da punição dos jovens como adultos,
as pessoas desviaram o olhar do que revela essa criminalidade. Permanecem
escondidas as mudanças efetivas que precisam ser encaradas para diminuir crimes
violentos, como este que nos horrorizou,
realizado para roubar um celular...
Para entender quem são os adolescentes criminosos que
despertaram o debate atual, é preciso considerar a segregação dos cidadãos nas
periferias urbanas, as poucas políticas públicas dirigidas a eles, a falência
da educação, da polícia, da justiça e a desigualdade de participação no bem
estar comum que tudo isso ocasiona. Sem alterar estas condições, não se avança
na desmontagem desta fábrica de violência
gerada por nossa organização social.
Para testemunhá-la basta olhar para
as matanças nos bairros periféricos de São Paulo no último ano.
O que pretendem alguns políticos é criar uma armadilha para
nos afastar da discussão de suas más administrações e do modelo social que
defendem, é criar a falsa impressão de que estão sendo cogitadas medidas
acertadas contra a situação de calamitosa
insegurança e mal estar.
Não vamos nos iludir deixando diminuir a urgência em torno
de mudanças profundas e amplas, que
realmente trariam mais segurança a todos.
Há experiências muito bem sucedidas de queda significativa
na violência entre jovens por meio da
implementação de projetos sociais e educativos, destinados a dar a eles
esperanças e realizações concretas de seus desejos de melhoria de vida (vide
link abaixo). Por que não colocar nossa atenção sobre essas conquistas e batalhar
para que sejam ampliadas?
Helena Mange
Grinover - Psicologia Clínica; professora na UNIP e do Departamento de
Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae; Membro do Conselho do Instituto Zero a
Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/
Marcia Arantes
– Psicóloga; professora de Orientação Profissional - Faculdades Paulistanas;
Trabalho de Promoção do Desenvolvimento Pessoal para Professores e Alunos do
Instituto Europeo Di Design; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis.
http://www.institutozeroaseis.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário