A
partir da próxima quinta, 13 de setembro até 6 de dezembro, a Fundação Memorial
da América Latina apresenta o projeto “Civilizações migrantes: Migrações e
direitos humanos”. Promovido pelo Instituto Norberto Bobbio – Cultura,
Democracia e Direitos Humanos, em parceria com a Comissão Municipal pelos
Direitos Humanos de São Paulo, a Associação Cidade Escola Aprendiz, o Centro de
Estudos Migratórios/Missão Paz, além do próprio Memorial. Coordenado pelo
professor italiano Maurizio Russo (doutor em história pela Universidade de
Nancy), o projeto organiza encontros nos quais são exibidos filmes que tratam
de alguma forma do tema “imigração”. Essas películas são então comentadas e
debatidas por especialistas e personalidades do mundo acadêmico e cultural. O
evento será no Auditório da Biblioteca Latino-americana Victor Civita, com
entrada franca.
Ao
longo do ano, essa “mostra-seminário” Cinema e Migração realiza um percurso
pela estética e história do cinema internacional e faz uma reflexão sobre como
o cinema se faz memória de um fenômeno fundamental da história da humanidade: a
migração. O cinema é um produto cultural complexo de uma sociedade, narrativa
que recolhe a memória de seus fenômenos relevantes, que marcaram sua história.
O cinema conservou e transmitiu a memória da migração, testemunhando um
fenômeno de grande relevância social, política, econômica em sua evolução
através dos anos, desde o pós-guerra até os dias atuais. Os trabalhos
artísticos de autores como Pietro Germi, Franco Brusati, Luchino Visconti,
Ettore Scola, Mathieu Kassovitz, Kean Loach, entre outros, narram com olhar
crítico, irônico, dramático ou grotesco a história das sociedades
contemporâneas que vivem o fenômeno da migração como um dos aspectos
fundamentais da sua própria evolução.
As
migrações caracterizam a história da humanidade desde os tempos mais antigos,
mas muitas vezes são apresentadas como fenômenos estranhos e antinaturais.
A
Itália, por exemplo, teve seu passado de migração e tem o seu presente de país
objetivo ou ponto de passagens de novos migrantes. A dificuldade em reconhecer
estas duas realidades como relacionadas e normais deixa pouco claro o juízo
sobre o fenômeno migratório. Em vez de ser visto como um problema concreto do
nosso mundo ao qual dar respostas coerentes, a migração é utilizada por
políticos inescrupulosos para fins eleitoreiros. Incapazes de dar respostas aos
problemas da sociedade, partidos xenófobos tem utilizado a presença dos
trabalhadores estrangeiros de modo demagógico, fomentando o sentimento racista.
O
cinema é a memória revisitada, e nas mãos desses intelectuais-artistas, narra,
conta, descreve o que é ser migrante, em lugares e em épocas diferentes,
distantes no tempo e no espaço, deixando uma série de interpretações sugestivas
e artísticas, e também altamente críticas do que foi por exemplo, a migração
italiana no mundo. O seminário traça a história desta memória por meio de
algumas obras fundamentais da cinematografia, favorecendo o encontro de São
Paulo, apelidada “a cidade da migração”, com a memória desta migração.
Serviço:
Mostra
Cinema e Migração
A
partir de 13 de setembro
Memorial
da América Latina
Auditório
da Biblioteca Latino-americana Victor Civita
Portões
1 e 5 .
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