O teatro brasileiro
teve sua origem no século XVI, em 1564, quando o Brasil passou a ser colônia de
Portugal. Os padres da chamada companhia de Jesus, os Jesuítas, vieram para
catequizar os índios, e com isso trouxeram suas influências culturais como a literatura
e o teatro. Este então foi usado como instrumento pedagógico, em princípio para
a educação religiosa, já que os índios tinham uma tendência natural para a
música e a dança, e sendo assim os Jesuítas se utilizaram de elementos da
cultura indígena e perceberam no teatro o método mais eficaz como instrumento
de "civilização"
Pelo fascínio da
imagem representativa, o teatro era muito mais eficaz do que um sermão,por
exemplo. Nota-se, portanto, que a origem do teatro no Brasil é religiosa, assim
como boa parte das manifestações culturais. Nessa época o Padre Anchieta era o
responsável pela autoria das peças,ele escreveu alguns Autos como "Na
festa de São Lourenço", também conhecido como "Mistério de
Jesus", e o "Auto da Pregação Universal", escrito entre 1567 e
1570, e representado em várias regiões do Brasil, por vários anos.
No entanto, o
principal objetivo era a catequese, por isso com esses elementos também estavam
os dogmas da Igreja Católica . Sendo assim, as comédias e tragédias eram pouco
representadas. A opção ficava com os autos sacramentais, que tinham caráter
dramático, e, portanto, estavam impregnadas de características religiosas.
Até 1584 as peças
eram escritas em tupi, português ou espanhol, quando então surgiu o latim. Os
autos tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, representados por
personagens de demônios, santos, imperadores e algumas vezes apenas
simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os índios
domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que
atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos
colégios.
O teatro brasileiro
criou forças com o início do Romantismo, no século XIX, por volta de 1838,
impulsionado por alguns grandes escritores como Martins Pena, que foi um dos
pioneiros com suas comédias de costumes, Artur de Azevedo, Gonçalves Magalhães,
o ator e empresário João Caetano, o escritor Machado de Assis e José de
Alencar.
O desenvolvimento
do teatro aconteceu quando escravos brasileiros libertados na Nigéria, em 1880,
fundaram a primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic
Company. Mas foi somente em 1900 que o teatro se consagrou. Embora tenha
enfrentado fortes crises políticas do país, conseguiu com muita luta a sua
independência. O teatro passou por momentos difíceis na época da ditadura.
Entre 1937 e 1945, não fosse a ideologia populista que se manteve ativa por
meio do teatro de revista, ele teria sido extinguido. Surgem as primeiras
companhias estáveis do país, com nomes como Procópio Ferreira, Jaime Costa,
Odilon de Azevedo entre outros.
Outro período
importante foi quando Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do
Brasil, no ano de 1938. A
partir daí começam a surgir as companhias experimentais de teatro, que
estendem-se ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo estrangeiro de
teatro no país, firmando então o princípio da encenação moderna no Brasil.
Em 1948 é fundado
pelo italiano Franco Zampari o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), uma
companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, importando
técnicas e repertório, com tendências para o culturalismo estético.
Já em 1957 surge o
Teatro de Arena de São Paulo, a porta de entrada de muitos amadores para o
teatro profissional, e que nos anos seguintes tornaram-se verdadeiras
personalidades do mundo artístico.
Com o Golpe Militar
em 1964, as dificuldades aumentam para os diretores e atores de teatro. A
censura faz com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se
em outros países. Restava às gerações futuras manterem vivas as raízes já
firmadas, e dar um novo rumo ao novo estilo de teatro que estaria para surgir.
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