Julia,
educadora de uma creche para bebês, relata que fica aflita quando vai trocar
Ana, de sete meses, porque assim que abre as fraldas, a bebezinha coloca a mão
nos genitais. Julia tem procurado terminar tudo rapidamente para não dar tempo
a Ana de se tocar, mas tem dúvidas a respeito dessa conduta...
Natália
está com seis anos. A mãe observa que ela fica muito tempo diante da televisão,
em estado quase letárgico, com as mãos dentro da roupa. O que fazer?
Uma
grande parte dos educadores está consciente, nos dias de hoje, de que a
manipulação dos genitais pela criança não deve ser coibida, devido à importância dessa estimulação para o
desenvolvimento psíquico e sexual.
O
uso do próprio corpo como fonte de sensações deve variar em função das idades e
do ambiente social. Ana pode ficar algum tempo sem as fraldas para fazer
descobertas, enquanto Natália precisa ser orientada a deixar de mexer dentro da
roupa quando estiver com outras pessoas na sala.
O
desafio para os educadores é encontrar os limites para esses comportamentos e
ao mesmo tempo permitir privacidade, de maneira que cada criança desenvolva
formas particulares e únicas de obter prazer. Parece-nos importante, para que
isso ocorra, que a intromissão dos adultos se restrinja exclusivamente a
indicar o que não deve ser feito. É desnecessário, por exemplo, dizer aos
pequenos: 'faça isso no seu quarto', ou 'no banheiro'...
Descobrir
os caminhos e os lugares para a exploração do corpo em 'segredo' também faz
parte da construção da sexualidade.
Helena
Mange Grinover - Psicologia Clínica; professora na UNIP e do Departamento de
Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae; Membro do Conselho do Instituto Zero a
Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/
Marcia
Arantes – Psicóloga; professora de Orientação Profissional - Faculdades
Paulistanas; Trabalho de Promoção do Desenvolvimento Pessoal para Professores e
Alunos do Instituto Europeo Di Design; Membro do Conselho do Instituto Zero a
Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br
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