Observamos em nossas conversas com pais, seja no âmbito do
consultório ou fora dele, a aspiração praticamente unânime de que seus filhos
se tornem adultos respeitáveis e respeitadores, cidadãos capazes de se
relacionar bem com os demais.
Frequentemente, entretanto, nos deparamos com pais que ultrapassam os limites do respeito,
aquela linha que separa uma pessoa da outra, demarcando a existência de dois
indivíduos .
Colocam-se na posição de
decidir ou escolher pelo filho, em situações em que ele já tem capacidade para isso e pode manifestar
seu desejo. Contam episódios em que expõem fatos de sua vida privada, sem pedir
licença. Ministram castigos ou reprimendas em público, causando humilhação.
Parece que se sentem ‘donos’ de seus filhos, e os tratam como um objeto que não
possui existência própria, desprovido de vontade, intimidade, vaidade,
vergonha….
Uma criança assim tratada terá que exercer um grande esforço
para encontrar seu lugar de adulto com participação ativa e responsável nas relações
sociais. A construção desta identidade depende da maneira como esse pequeno ser
é visto pelos pais. Ser olhado e respeitado como um cidadão, como um sujeito
desde o início, é condição para que ele próprio se veja como um cidadão.
Os pais muitas vezes confundem o exercício de seu papel de
autoridade, colocador de limites, transmissor de cultura, com autoritarismo.
A delicada tarefa de formar um cidadão, exige essa
diferenciação.
Fonte: Helena Grinover e Marcia Arantes
http://educareaquestao.com
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