quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Um filho pra chamar de seu?

Observamos em nossas conversas com pais, seja no âmbito do consultório ou fora dele, a aspiração praticamente unânime de que seus filhos se tornem adultos respeitáveis e respeitadores, cidadãos capazes de se relacionar bem com os demais.
Frequentemente, entretanto, nos deparamos com  pais que ultrapassam os limites do respeito, aquela linha que separa uma pessoa da outra, demarcando a existência de dois indivíduos .
Colocam-se na posição de  decidir ou escolher pelo filho, em situações em que ele já  tem capacidade para isso e pode manifestar seu desejo. Contam episódios em que expõem fatos de sua vida privada, sem pedir licença. Ministram castigos ou reprimendas em público, causando humilhação. Parece que se sentem ‘donos’ de seus filhos, e os tratam como um objeto que não possui existência própria, desprovido de vontade, intimidade, vaidade, vergonha….

Uma criança assim tratada terá que exercer um grande esforço para encontrar seu lugar de adulto com participação ativa e responsável nas relações sociais. A construção desta identidade depende da maneira como esse pequeno ser é visto pelos pais. Ser olhado e respeitado como um cidadão, como um sujeito desde o início, é condição para que ele próprio se veja como um cidadão.

Os pais muitas vezes confundem o exercício de seu papel de autoridade, colocador de limites, transmissor de cultura,  com autoritarismo.

A delicada tarefa de formar um cidadão, exige essa diferenciação.

Fonte: Helena Grinover e Marcia Arantes

http://educareaquestao.com

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