'Nós tínhamos combinado que você só
comeria chocolate depois de almoçar, lembra?' 'Você combinou comigo que não
bateria mais no seu irmão'. 'Vamos combinar de assistir TV apenas uma hora por
dia?'
Frases como essas se multiplicam nas
conversas de pais e educadores com as crianças. Os adultos esperam, muitas
vezes, que a palavra 'combinar' ajude a fazer valerem as regras, mas essa não é
a maneira mais apropriada de utilizá-la.
Combinar significa chegar a um acordo,
estabelecer um pacto que atende aos objetivos de ambos. Entretanto,
especialmente com as pequeninas, os limites devem ser estabelecidos pelos
adultos, e trata-se de fazer com que estas os aceitem, mesmo sem os desejarem.
Se para isso eles utilizam a palavra
`combinar´, camuflam as situações nas quais deveriam exercer claramente seu
papel de autoridade. Assim confundem a criança, não a ajudam a perceber as circunstâncias em que, de
fato, pode participar das decisões.
A capacidade de reconhecer e respeitar
pessoas que estão no lugar de autoridade é
fundamental para a construção da cidadania. Ela será a base para que o
individuo possa também, mais tarde, exercer a sua autoridade como cidadão
ativo, conhecedor de seus direitos e deveres.
Lembro-me de uma cena em que a mãe, exasperada,
dizia para a filha de oito anos: 'Nós combinamos que você iria guardar os
brinquedos, certo?' E a filha, sabiamente, responde: 'Combinamos não, mãe, você
que mandou.' Essa menininha entendeu claramente a diferença!
Helena Mange Grinover - Psicologia Clínica;
professora na UNIP e do Departamento de Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae;
Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis.
http://www.institutozeroaseis.com.br/
Marcia Arantes – Psicóloga; professora de Orientação
Profissional - Faculdades Paulistanas; Trabalho de Promoção do Desenvolvimento
Pessoal para Professores e Alunos do Instituto Europeo Di Design; Membro do
Conselho do Instituto Zero a Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br
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