quinta-feira, 12 de abril de 2012

Crianças aprisionadas na tela




O cenário varia: a mesa do restaurante 

durante o almoço em família, a sala de estar em um momento de conversa informal, o carro... Enquanto os grandes conversam, uma criança não tira os olhos do joguinho eletrônico, sua atenção está totalmente tomada.

Os adultos intervêm, geralmente recriminando ou ameaçando: 'Não há meio de largar isso?! Já falei prá parar!! Vou tirar de você!'.
O jogo, por si, não é bom nem ruim: tudo depende do uso que se faz dele. Pode ser um entretenimento relaxante, um desafio, uma curiosidade, até uma vontade de conhecer o que os amigos comentam para poder conversar com eles. Mas também pode ser um refúgio constante para escapar de dificuldades, seja nos relacionamentos interpessoais, seja em relação a determinadas tarefas. No território do jogo ninguém interfere na ação da criança, cabe somente a ela dominar o ambiente e vencer; fica estabelecido um lugar sem as frustrações da vida real. Esse é um terreno propício à construção de um 'vício', ou seja, aquilo que não é feito por escolha, mas por não conseguir deixar de fazer.

Seria interessante que os adultos, antes de recriminar, se questionassem sobre o que está acontecendo. Uma pergunta, ou um comentário, podem ajudar o pequeno ser a 'se conectar com os humanos'. 'Essa conversa está chata, né?' 'O que você está fazendo ai, estou curioso para saber!'. 'Ah, entendi, você está jogando para se distrair? Ou poderá ser dito algo como: 'isso aqui é muito legal, coisa e tal...' Trata-se de um convite, uma oportunidade para se expressar, que muda o jogo. A criança sai de dentro da tela, fica incluída no grupo, passa a existir de novo! Mesmo que continue a jogar, certamente será de uma maneira menos automática...

Helena Mange Grinover - Psicologia Clínica; professora na UNIP e do Departamento de Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/

Marcia Arantes – Psicóloga; professora de Orientação Profissional - Faculdades Paulistanas; Trabalho de Promoção do Desenvolvimento Pessoal para Professores e Alunos do Instituto Europeo Di Design; Membro do Conselho do Instituto Zero a Seis. http://www.institutozeroaseis.com.br/

Extraído do blog: www.vivazpsicologia.blogspot.com









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