Os alunos do sétimo ano do ensino fundamental apresentam uma
peça de teatro na escola. O texto, escrito por eles, narra episódios da vida
familiar. Uma das personagens é a babá que em dado momento diz: ‘adoro
crianças, passo o dia todo com elas, tomo conta, ensino, lavo, alimento e no
fim do dia entrego para a mãe, esperando meu salário, evidentemente!’. Em outra
cena, uma personagem criança interpela a outra, sua amiga: ‘os empregados já ”
tomaram conta” da sua família?’
As crianças e seus pais precisam de momentos de separação
para que possam se realizar num mundo
que existe para além do lar, das relações familiares…
Entretanto, o que os alunos retratam é o domínio, a
terceirização, a falta de legitimidade dos cuidados exercidos por essas
substitutas das funções materna e paterna.
Orientar esse serviço é uma tarefa difícil e delicada,
inevitavelmente a personalidade da colaboradora irá interferir na educação das
crianças e quanto mais novas elas forem, maior será a influência.
É importante acompanhar de perto o trabalho da
profissional e ensiná-la a agir como uma
representante autorizada dos valores, das palavras e desejos dos pais. A pessoa que não se disponha a ocupar essa
posição não é indicada para ser babá.
Fonte: Helena Grinover e Marcia Arantes
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